
Os principais precursores da literatura expressionista
foram Georg Büchner, Frank
Wedekind e o sueco August
Strindberg. Büchner foi um dos principais renovadores do drama
moderno, com obras como A morte de Danton(Dantons Tod, 1835) e Woyzeck (1836),
que se destacam pela introspeção psicológica das personagens, a reivindicação
social das classes desfavorecidas e uma linguagem entre culta e coloquial,
misturando aspectoscômicos, trágicos e satíricos.
Wedekind evoluiu do naturalismo para um tipo de obra de tom expressionista,
pela sua crítica à burguesia, a rapidez da ação, os reduzidos diálogos e os
efeitos cênicos, em obras como O despertar da Primavera (Frühlings
Erwachen, 1891), O espírito da terra (Erdgeist, 1895) e A caixa
de Pandora (Die Büchse der Pandora, 1902). Strindberg inaugurou com Camino
de Damasco (Till Damaskus, 1898) a técnica estacional seguida pelo drama
expressionista, consistente em mostrar a ação por estações, períodos que
determinam a vida das personagens, num senso circular, pois as suas personagens
intentam resolver as suas problemas sem o lograr.119
O expressionismo foi difundido por revistas como Der Sturm e Die Aktion,
bem como o círculo literário Der Neue Club,
fundado em 1909 por Kurt Hiller eErwin Loewenson,
reunindo-se no Neopathetisches Cabaret de Berlim, no qual realizavam
leituras de poesia e davam conferências. Mais tarde Hiller, por desavenças com
Loewenson, fundou o cabaré literário GNU (1911), que desempenhou o papel de
plataforma para difundir a obra de novos escritores. Der Sturm apareceu
em Berlim em 1910, editada por Herwarth
Walden, sendo centro difusor da arte, da literatura e da música
expressionistas, contando também com uma editorial, uma livraria e uma galeria
artística. Die Aktion foi fundada em 1911 em Berlim por Franz
Pfemfert, com uma linha mais comprometida politicamente, sendo um
órgão da esquerda alemã. Outras revistas expressionistas foram Der Brenner (1910-1954), Die
weißen Blätter (1913-1920) e Das junge Deutschland (1918-1920).120
A Primeira Guerra Mundial implicou uma
forte comoção para a literatura expressionista: enquanto alguns autores
consideraram a guerra como uma força arrasadora e renovadora que acabaria com a
sociedade burguesa, para outros o conflito cobrou tintes negativos, plasmando
na sua obra os horrores da guerra. No pós-guerra, e em paralelo ao movimento da
Nova Objetividade, a literatura adquiriu maior compromisso social e de denúncia
da sociedade burguesa e militarista que levou a Alemanha ao desastre da guerra.
As obras literárias desta época adquiriram um ar documental, de reportagem
social, perceptível em obras como A montanha mágica (1924) de Thomas Mann e Berlim
Alexanderplatz (1929) de Alfred Döbli.n
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