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Autor: Paula Modersohn-Becker |
A lírica expressionista desenvolveu-se notavelmente nos
anos anteriores à contenda mundial, com uma temática ampla e variada, centrada,
sobretudo, na realidade urbana, mas renovadora a respeito da poesia
tradicional, assumindo uma estética do feio, o perverso, o deforme, o grotesco,
o apocalíptico, o desolado, como nova forma de expressão da linguagem
expressionista. Os novos temas tratados pelos poetas alemães são a vida na
grande cidade, a solidão e a incomunicação, a loucura, a alienação, a angústia,
o vazio existencial, a doença e a morte, o sexo e a premonição da guerra.
Vários destes autores, conscientes da decadência da sociedade e da sua
necessidade de renovação, utilizaram uma linguagem profética, idealista,
utópica, um certo messianismo que propugnava outorgar um novo senso à vida, uma
regeneração do ser humano, uma maior fraternidade universal.
Estilisticamente, a linguagem expressionista é concisa,
penetrante, despida, com um tom patético e desolado, antepondo a expressividade
à comunicação, sem regras linguísticas nem sintáticas. Buscam o essencial da
linguagem, libertar a palavra, remarcando a força rítmica da linguagem mediante
a deformação linguística, a substantivação de verbos e adjetivos e a introdução
de neologismos. Ainda que muitos expressionistas tenham mantido a métrica e
a rima tradicionais,
sendo o soneto um
dos seus principais meios de composição, também recorreram ao ritmo livre e à estrofe polimétrica.
Por outro lado, alguns poetas como August Stramm produziram
uma escrita realmente inovadora, abolindo as regras de sintaxe e
a pontuação. Outro efeito da dinâmica linguagem expressionista
foi o simultaneísmo, a percepção do espaço e do tempo como algo subjetivo,
heterogêneo, atomizado, inconexo, uma apresentação simultânea de imagens e
acontecimentos. Entre os principais poetas expressionistas estiveram Franz Werfel, Georg Trakl, Gottfried
Benn, Georg Heym, Johannes R. Beiter, Else Lasker-Schüler, Ernst Stadler, August Stramm e Jakob van
Hoddis. A lírica expressionista confluiu ou teve influência sobre
poetas como Rainer Maria Rilke.
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